Minha identidade não tem carácter temporário, mas sementes de eternidade! (Moysés Azevedo)
Alguém a quem muito estimo escreveu: 'se vires a mim, vagando por aí, peça para eu voltar, diga que estou esperando.'
Como é bom saber que se de mim eu me perder, tenho para onde voltar, tenho raiz, e melhor ainda terei alguém a me mostrar onde eu vou estar. Em cada retorno: um rabisco, uma inspiração, um poema, uma canção... folhas, flores ou frutos, que surge ao querer da estação...
A ela me disponho! Com ela eu vou! Nas raízes da alma, a verdade de quem sou!

Uma tragédia moderna

Tentando ser forte
Sem ressentimentos
Num carrossel de desgastes

Indo e voltando
Ao mesmo destino
No tempo em erosão

Girando sem norte
Sem argumentos
Num aspiral de desastres

Flores e preces
Se erguem às voltas
No lamento em ascenção

Culpado da sorte
Do sepultamento
Num círculo de combates

Malgrado ferido,
Enterram-me vivo,
No silêncio, na solidão.

2 de novembro de 2018, dia dos fiéis defuntos