Minha identidade não tem carácter temporário, mas sementes de eternidade! (Moysés Azevedo)
Alguém a quem muito estimo escreveu: 'se vires a mim, vagando por aí, peça para eu voltar, diga que estou esperando.'
Como é bom saber que se de mim eu me perder, tenho para onde voltar, tenho raiz, e melhor ainda terei alguém a me mostrar onde eu vou estar. Em cada retorno: um rabisco, uma inspiração, um poema, uma canção... folhas, flores ou frutos, que surge ao querer da estação...
A ela me disponho! Com ela eu vou! Nas raízes da alma, a verdade de quem sou!

Como entender...

Não consigo entender por mais que eu me esforce 
como não viver só pra Ti?
Só para ser todo Teu e sem reservas Te dar todo o meu coração!
Paro e reflito... Porque hesito em me dar por inteiro a Ti?
Se tens o melhor para mim, será que dá pra insistir
Em não querer o que tens para mim?
Porque não confiar?

Se até hoje aqui em tudo o que eu vivi
Teu querer foi um escudo pra mim
Não há porque hesitar, o que me faz esquivar
O que aconteceu Senhor,
Com aquele imenso amor que um dia me inflamou?

O que houve em mim eu não sei...
Parece que é bem menor meu amor!
Aquilo que me moveu, não sei bem ao certo onde em mim se perdeu
E o desejo que outrora me inflamou me faz sofrer 
Ao ver que ainda não sou o que devo ser
Sou inconstante, isto me constrange,
Pois descubro a cada instante Senhor
Como ainda não me esforço o bastante
Pra corresponder a este querer... 

Que me fez encontrar alegria até em meio a dor de tudo deixar...
A me fazer desejar não parar mesmo sendo tão fraco pra continuar
Pra se abandonar, nesta paz que eu sei, só o Teu viver me traz!
Em Ti vou esperar e pra sempre irei lembrar,
Em Teu querer sim posso confiar,
Pois a ele o que pode se igualar?

Como não entender?



À metade de minha alma

"Só não perde nenhum amigo aquele a quem todos são queridos n’Aquele que nunca perdemos. Disse muito bem quem definiu o amigo como metade da própria alma. Eu tinha de fato a sensação de que nossas duas almas fossem uma em dois corpos. Concluiu Santo Agostinho mencionando Aristóteles.

Estou aqui! Sim! Aqui...
Só pra dizer que estou aí! Aí...
É aí mesmo, bem aí dentro do coração...
Seja na saudade ou na canção,
no aperto que dói no peito
ou na melodia que enternece o coração.

Estou aí! Não aqui! Aí...
No improviso que surpreende a alma ou na liberdade
de quem descobre na prova que ainda se pode amar...
Inspiração! Que flui... Que inspira a ação...
Não se rompe, mas se irrompe
no calor das lembranças que afaga o coração.

Estou aí! Não aqui! Aí...
Onde não existe tempo ou espaço,
Onde tudo se torna uno, num único laço!
Estou aí! Bem aí... Na alegria de não estar só,
de estar presente e crescer em comunhão,
para ser cada vez mais esta outra parte do coração!

À Greice Suziane