Manhã fria, em tons de cinza, fora e dentro em mim... O Cristo, o Redentor, assim como o sol, se veste de densas nuvens. O frescor do mar que se exala no ar pela dança das ondas, de súbito se corta por aves de aço que rasgam o céu com seu canto invasivo indo na direção do infinito, trazendo depois, o frescor do mar de volta a mim numa orquestração sem fim. Sinfonia das águas, que insistem em ondejar na memória, num constante vai e vem da Palavra que parece me chamar na voz de um soneto de outrora, que longe de evidenciar uma separação me convida a ferir os meus pés pisando estas duras pedras para adentrar no mar. Em cada gota que respinga em mim o estabelecer de uma fusão que me arrasta para sempre, definitivamente ao alto mar.
À Julia Barbosa
..."trazendo depois, o frescor do mar de volta a mim numa orquestração sem fim"...
ResponderExcluirA canção volta pois é constante!
O canto do eterno, se faz, mesmo no silêncio duradouro, do barulho ensurdecedor, ele volta. Como àquela voz que disse um dia no mar: Vem!!!