Minha identidade não tem carácter temporário, mas sementes de eternidade! (Moysés Azevedo)
Alguém a quem muito estimo escreveu: 'se vires a mim, vagando por aí, peça para eu voltar, diga que estou esperando.'
Como é bom saber que se de mim eu me perder, tenho para onde voltar, tenho raiz, e melhor ainda terei alguém a me mostrar onde eu vou estar. Em cada retorno: um rabisco, uma inspiração, um poema, uma canção... folhas, flores ou frutos, que surge ao querer da estação...
A ela me disponho! Com ela eu vou! Nas raízes da alma, a verdade de quem sou!

Uma razão para voltar...

Uma razão para voltar a escrever, sim apenas uma razão. Era tudo que eu queria encontrar e esta não me falta... Não sou um transeunte qualquer, desconhecido ao meu próprio eu, da minha própria história. 

Uma razão, apenas uma razão qualquer seria o bastante, mas não me contento com qualquer coisa, não me contento com pouca coisa. Meu coração quer sempre mais, ele é insaciável e só sabe se entregar totalmente, não sabe se dar a nada pela metade, anseia amar plenamente! Nasceu para escolher O tudo e por não saber se dar pela metade não sabe escrever pela metade, não sabe falar sobre coisas que não viveu, fora de si. 

Esta é a minha realidade! 

É que assim como existem coisas sobre as quais não são fáceis de se falar, existem também aquelas sobre as quais não são fáceis de se escrever, mas há sempre uma razão para voltar a bem contar sobre os dias, atualizando o calendário de postagens, dando ouvidos ao coração ou a algum irmão, ainda que a intuição nada me dite. E assim, deixando a esperança me conduzir escolho ser menos escravo da inspiração. 

É isto que as raízes fazem: procuram a seiva que faz perdurar a vida e esta busca nem sempre é aparente, mas se dar em meio a escuridão, nas profundezas do solo, no trabalho árduo do escondimento, na procura silenciosa do alimento.

Numa razão para voltar a se entregar sem medo de expor-se, de comprometer-se, sem medo do que as entrelinhas ou as margens poderão dizer deixo que a beleza e as cores das flores e frutos falem por si transcrevendo o que já foi escrito no ser.



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